UTI, doença rara e custos altos: como o seguro saúde da OIT amparou Maria José
- AAFIB
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Atualizado: há 2 dias
O custo elevado de uma internação prolongada em UTI, somado à limitação de cobertura de planos de saúde internacionais, tornou-se uma angústia concreta para o aposentado Ivo Steffen. Sua esposa, Maria José Batista Steffen, enfrentou 54 dias de internação no Hospital Sírio-Libanês — sendo 50 deles em terapia intensiva — até falecer, em 6 de junho de 2025, aos 82 anos, em decorrência de uma variante grave da Síndrome de Guillain-Barré. Os valores diários do hospital ultrapassavam R$24.000, e rapidamente a conta superou os US$150 mil cobertos anualmente pelo fundo de saúde da OIT. Diante do risco de ficar sem cobertura, Ivo iniciou uma corrida contra o tempo.

Ivo Steffen, Maria José e filhos
Circunstâncias excepcionais
Com o custo da UTI avançando, Ivo consultou por conta própria o regulamento do Staff Health Insurance Fund (SHIF) da OIT. No Artigo 2.6, encontrou a brecha: em circunstâncias excepcionais, o fundo pode ultrapassar o teto anual mediante decisão do Comitê Gestor. Munido de relatórios médicos detalhados, elaborou o pedido à Secretaria do SHIF e recebeu resposta rápida. Com base na delegação de autoridade vigente desde 2013, o fundo autorizou a ampliação da cobertura até US$600 mil — valor suficiente para garantir a continuidade do tratamento, caso fosse necessário.
Essa extensão de cobertura, embora rara, é prevista nas regras do fundo. Desde 2011, entre 20 e 30 famílias por ano obtêm autorização para ultrapassar o limite anual, quase sempre em decorrência de doenças graves ou internações prolongadas. A aprovação pode ser concedida diretamente pelo Secretário Executivo (até US$600 mil) ou, acima disso, exige decisão unânime do Comitê Gestor. O processo é técnico, reservado e fundamentado em documentação médica criteriosa.
“Fiquei muito grato. O fundo reconheceu a gravidade do caso da Maria José e me deu o suporte necessário”, resume Ivo. O desfecho foi trágico, mas o amparo recebido foi decisivo. Aos associados da AAFIB, fica o conselho: conheçam o regulamento de seus planos de saúde, mantenham documentação organizada e, diante de situações graves, acionem formalmente o mecanismo de cobertura adicional — ele existe, é legítimo e pode ser determinante.

Casamento de Maria José e Ivo Steffen em 23 de dezembro de 1972
A companheira
Nascida em São José do Rio Preto (SP), Maria José formou-se em magistério e, mais tarde, em Direito pelo CEUB. Mudou-se para Brasília em 1968 e casou-se com Ivo Steffen em 1972. Fez carreira como professora, atuando tanto em escolas públicas quanto no ensino supletivo, até 1989. Ao longo da vida, assumiu também responsabilidades empresariais da família, entre elas, a direção e administração da Brasília Super Rádio FM após o falecimento de sua irmã, Lúcia Batista Garófalo.
Foi mãe de três filhos — Patrícia, Guilherme e Rafael — e avó de três netos. Para acompanhar a carreira internacional de Ivo, mudou-se com a família para Turim, Itália, onde se integrou rapidamente à vida local. Reconhecida pela hospitalidade, pela cozinha impecável e pela facilidade em criar laços, cultivava amizades que iam dos comerciantes do Lago Norte, em Brasília, aos vizinhos e lojistas próximos à Piazza Castello, em Turim. Sua trajetória será lembrada também no projeto genealógico da família Steffen, que reunirá oito gerações em uma publicação abrangendo o período de 1802 até os dias atuais.




